domingo, março 04, 2007

Portal de Criação: Meus livros na Biblioteca Nacional

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Meus livros na Biblioteca Nacional

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sábado, fevereiro 17, 2007

Prêmio Habitasul Revelação Literária 1978




Prêmio Habitasul Revelação Literária(1978 - 1983)A Habitasul sempre esteve presente na vida cultural do Rio Grande do Sul de diversas maneiras, incluindo publicações de autores locais. Em 1978, com a finalidade de estimular, favorecer e valorizar a criação literária entre os gaúchos foi criado o Prêmio Habitasul Correio do Povo Revelação Literária.Durante 6 anos consecutivos, o Prêmio distinguiu autores inéditos de contos, crônicas, poesias e ficção infantil, em prosa ou verso, além de publicar antologias com os trabalhos de todos os premiados. O Prêmio Habitasul Correio do Povo Revelação Literária, enquanto existiu, foi considerado um dos mais importantes eventos culturais do Estado, revelando algumas das personalidades como o cineasta Carlos Gerbase, a jornalista Rosane Oliveira, o escritor Sérgio Napp, o publicitário Luís Coronel, entre muitos outros.Participaram neste processo cultural alguns nomes que marcam a História doRS, como Mário Quintana, Lya Luft, Moacyr Scliar, Josué Guimarães, Luiz Fernando Veríssimo, Jayme Copstein, entre outros. Em 2000, quando a Habitasul completou 33 anos de atividades, o concurso foi retomado, dentro de um amplo projeto de cultura, tendo como instrumento a Internet obteve, inclusive, ampliações para Santa Catarina. O projeto cultural é denominado palcohabitasul, onde todas as manifestações culturais estão envolvidas de alguma forma, apresentando a interatividade como ponto forte.
UM LIVRO QUE SE RENOVA
A CADA DÉCADA

Paulo Bentancur

Publicado em meio aos anos 1980, Tiremos a sorte marcou o conto no extremo sul do Brasil, num momento de transição política vital para o país. Saía-se dos porões de uma ditadura para o sol ainda incerto de uma democracia titubeante. Reaprendia-se a falar claro, sem as estratégias fundamentais em tempos de ausência de liberdade. Artur Madruga estreava na literatura com um volume de histórias breves onde essa liberdade já surgia plena. Ganhando prêmios, recebendo críticas favoráveis.
Primeiro, pela estrutura dos contos, entre a crônica lírica e a confissão psicologicamente conduzida até um limite no qual o narrador meio que se dissolvia. A expressão não é forçada: dissolver-se como uma maneira de se entregar o mais fundo à própria condição humana. Dar-se ao ser que há em si e no outro como um jeito corajoso e nobre de perder-se para o encontro maior. Espécie de dispensa de uma casca, inútil agora que era possível achar a essência.
Os contos de Madruga não repetiam os truques da época (o discurso engajado embutido em algum disfarce episódico) e nem fugiam do enfrentamento com as precariedades de suas personagens.
Há um tom inevitável de réquiem em quase todas as tramas, e os protagonistas constituem-se em sujeitos à deriva sem que se emita o velho pedido de socorro dos desesperados. Caem, porém o abismo é uma forma de renovação e nessa queda ocorre uma metamorfose que é do país lá fora e do autor internamente.
Uma das maiores qualidades do livro é o poder de sugestão que ressuma de suas páginas. Raras são as figuras não performáticas. Na maioria, os que vivem o drama narrado agem como se fossem animais mitológicos, estátuas da arte clássica, homens extraviados num tempo apocalíptico, almas carregadas por uma paixão que mais aquece contra o frio iminente do que as inflama com um desejo previsível.
Não cabe em nenhuma síntese semelhante livro porque a renovação da contística nele está contida. Artur Madruga foi além do que o gênero até ali oferecera aos leitores. E superando barreiras não só políticas, mas literárias, plantou um discurso livre de qualquer discurso – um percurso que vai dar num mar talvez agitado demais, num céu sem nuvens, em luzes que desenham o dia e a noite e criam movimentos adicionais no rosto expressivo de seus personagens.
É livro para ser filmado, para ser levado ao teatro, para ser lido, sobretudo. Como conto, como crônica, como poema em prosa, como um salto sobre os muros já derrubados de tempos sombrios e sobre os muros de qualquer proposição estética. Vê-se um olhar agudo para a pintura, um ouvido atento para a música, um ritmo que se alimenta da própria frase, palavra a palavra, para melhor alimentá-la.
Tiremos a sorte parece até mesmo um título ocasional. Algo que não pretende mais que o gesto humilde de abrir o peito e eviscerar-se num ritual de sacrifício para possivelmente merecer, se não o mundo, o amor de alguém. Mas não há um jogo – não intencionalmente. Há uma decisão em cada história. A decisão mais difícil: desenhar a própria face no que ela tem de mais secreto e, por isso mesmo, mais convincente.
Quem sabe essa é a razão de o livro ter permanecido com a mesma força literária de mais de vinte anos atrás e, hoje, relido, mostrar-se, em meio ao que se publica por aí, uma surpresa tão nova quanto foi na década de 1980.



domingo, fevereiro 04, 2007

sábado, junho 03, 2006

AFINAL, O QUE É CRIAR?


E daí? O que se pode dizer sur cette question? Pas possible? A escrita revela realmente a criação? Criar se cria a partir do que? Do existente? do inexistente?E a gente vai escrevendo como querendo fugir da escrita, da confissão, somente perguntando. E perguntar é uma questão filosófica. Filosofar é questionar. É duvidar. Será mesmo? Mas manipular o pensamento, ficar refletindo sobre a própria filosofia também é filosofia?Ou o porquê de falarmos sobre determinados assuntos e não outros? Ora, direis, é tudo uma questão de opção. Mas de onde vem esta necessidade de optar por alguma especificidade? A criação é o suor, mas tem muito a ver com alguma coisa além do suor. Isto, entre átomos, que nos escapa à compreensão.Ou somos absolutos no entendimento político de tudo? Ou fantasiamos tudo? Não, não é bem assim. Fantasiar é uma coisa, a verdade é outra coisa, afirmam, em nome do status quo ( eu acrescentaria: quó-quo-ró-co-có - estou sendo óbvio?). Probabilidades meus caros. Tanto a verdade como a fantasia são probabilidades. Os materialistas podem começar a esquecer de afirmar que pedra é pedra e pau é pau. Pedro é uma possibilidade de pedra e pau é uma possibilidade de pau. segundo a física, nada toca em nada, portanto não é tão rígido quanto parece. Tudo está em movimento e o "pulo quântico que os elétrons fazem entre as órbitas dos átomos bem mostram, em si mesmo, a possibilidade de não sabermos, por um determinado tempo, aonde foram parar. Matéria fixa? Ledo engano, probabilidades. E os neutrinos, em abundância no espaço cósmico, atravessando a matéria e até há bem pouco tempo desprezados pela ciência? O que direis destas partículas, condutoras do pensamento...bem, condutoras do pensamento? Probabilidades meu caro...probabilidades...fantasia...criação...será? Mas não tem importância, vamos lapidando na pedro bruta, lapidando na frase bruta a palavra que cintile sua preciosidade reveladora, ou nas pedras ficcionais da realidade, a realidade vertida como ficção. Jogada, quebrada, partida. E quando parece que tudo está acabado, despedaçado, esfarelado, encontramos o núcleo da possível visibilidade: uma outra probabilidade, meu caro. Se "em assim" quisermos continuar, continuemos.Passo-te o bastão nesta corrida. Agora é a tua vez. Faça-me rir, mostrando-me o que não encontrei. Derrube à minha frente, como um caçador que joga a caça ao chão, quando retorna à tribo, o que não percebi e passei por cima. O que foi que perdi na floresta? O que foi que perdi da floresta? Dou-te informações que te beneficiarão: olho para a floresta como quem olha para o espaço cósmico. Sobre ambos, nada conheço. Podes entrar, fique à vontade. Talvez consigamos alguma comunicação. Não esqueça: tudo são probabilidades.