sábado, junho 03, 2006

AFINAL, O QUE É CRIAR?


E daí? O que se pode dizer sur cette question? Pas possible? A escrita revela realmente a criação? Criar se cria a partir do que? Do existente? do inexistente?E a gente vai escrevendo como querendo fugir da escrita, da confissão, somente perguntando. E perguntar é uma questão filosófica. Filosofar é questionar. É duvidar. Será mesmo? Mas manipular o pensamento, ficar refletindo sobre a própria filosofia também é filosofia?Ou o porquê de falarmos sobre determinados assuntos e não outros? Ora, direis, é tudo uma questão de opção. Mas de onde vem esta necessidade de optar por alguma especificidade? A criação é o suor, mas tem muito a ver com alguma coisa além do suor. Isto, entre átomos, que nos escapa à compreensão.Ou somos absolutos no entendimento político de tudo? Ou fantasiamos tudo? Não, não é bem assim. Fantasiar é uma coisa, a verdade é outra coisa, afirmam, em nome do status quo ( eu acrescentaria: quó-quo-ró-co-có - estou sendo óbvio?). Probabilidades meus caros. Tanto a verdade como a fantasia são probabilidades. Os materialistas podem começar a esquecer de afirmar que pedra é pedra e pau é pau. Pedro é uma possibilidade de pedra e pau é uma possibilidade de pau. segundo a física, nada toca em nada, portanto não é tão rígido quanto parece. Tudo está em movimento e o "pulo quântico que os elétrons fazem entre as órbitas dos átomos bem mostram, em si mesmo, a possibilidade de não sabermos, por um determinado tempo, aonde foram parar. Matéria fixa? Ledo engano, probabilidades. E os neutrinos, em abundância no espaço cósmico, atravessando a matéria e até há bem pouco tempo desprezados pela ciência? O que direis destas partículas, condutoras do pensamento...bem, condutoras do pensamento? Probabilidades meu caro...probabilidades...fantasia...criação...será? Mas não tem importância, vamos lapidando na pedro bruta, lapidando na frase bruta a palavra que cintile sua preciosidade reveladora, ou nas pedras ficcionais da realidade, a realidade vertida como ficção. Jogada, quebrada, partida. E quando parece que tudo está acabado, despedaçado, esfarelado, encontramos o núcleo da possível visibilidade: uma outra probabilidade, meu caro. Se "em assim" quisermos continuar, continuemos.Passo-te o bastão nesta corrida. Agora é a tua vez. Faça-me rir, mostrando-me o que não encontrei. Derrube à minha frente, como um caçador que joga a caça ao chão, quando retorna à tribo, o que não percebi e passei por cima. O que foi que perdi na floresta? O que foi que perdi da floresta? Dou-te informações que te beneficiarão: olho para a floresta como quem olha para o espaço cósmico. Sobre ambos, nada conheço. Podes entrar, fique à vontade. Talvez consigamos alguma comunicação. Não esqueça: tudo são probabilidades.